Segundo o livro de Gênesis,
do Antigo Testamento, descendentes de Noé chegaram a uma planície na Babilônia
e iniciaram a construção de um templo tão alto que chegaria aos céus. Mas Deus
castigou a sua soberba e confundiu as línguas. Eles não mais se entenderam e
espalharam-se pelo mundo.
São inúmeros os simbolismos
que esse relato provoca. A interpretação mais evidente é sobre a origem das
diversas línguas; ou poderia ser uma advertência para que os humanos não
queiram igualar-se aos deuses.
Imaginemos, porém, a hipótese
de que ate hoje a humanidade busca o contrario da Babel: o entendimento
universal pelo confronto dos discursos diferentes diante dos quais tentamos o
entendimento.
Comecemos com Nietzsche, que
comenta o que as pessoas entendem por conhecer, a fim de explicar uma das funções
do filosofar: o olhar como estranho, “ver de fora” aquilo que é família,
problematizar nossas certezas:
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