As funções do mito:
Alguns teóricos explicam o mito pela função que desempenham
no cotidiano da tribo, garantindo a tradição e a sobrevivência do grupo.
Vejamos alguns exemplos:
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A origem
da agricultura: segundo o mito indígena tupi, a mandioca, alimento básico
da tribo, nasce do túmulo de uma criança chamada Mandi; no mito grego,
Perséfone é levada por Hades para seu castelo tenebroso, mas, a pedido da mãe,
Deméter, retorna em certos períodos: esse mito simboliza o trigo enterrado como
semente e renascendo como planta.
*
A
fertilidade das mulheres: para os aruntas, os espíritos dos mortos esperam
a hora de renascer e penetram no ventre das mulheres quando elas passam por
certos locais.
* O caráter
mágico das danças e desenhos: quando os homens pré-históricos faziam
pinturas nas paredes das cavernas, representando a captura das renas, talvez não pretendessem
enfeitá-las nem apenas mostrar suas habilidades pictóricas, mas agir
magicamente, para garantir de antemão o sucesso das caçadas; essa suposição se
deve ao fato de que geralmente os desenhos eram feitos nas partes mais escuras
da caverna.
O caráter inconsciente do mito:
Outros intérpretes da
linha psicológica, como Sigmund Freud, fundador da psicanalise, e seu discípulo
dissidente Carl Jung, acentuam o caráter existencial e inconsciente do mito,
como revelador sonho, da fantasia, dos desejos mais profundos do ser humano.
Por exemplo, ao analisar o mito de Èdipo, Freud realça o amor e o ódio
inconsciente que permeiam a relação familiar. E Jung se refere ao inconsciente
coletivo, que seria encontrável nos grupos e nas pessoas em qualquer época ou
lugar.
O mito como
estrutura:
Outra linha de interpretação do mito é a do antropólogo
Lévi-Satrauss, representante de corrente estruturalista. Como o nome diz,
trata-se de procurar a estrutura básica que explica os mais diversos mitos,
procedimento que valoriza mais o sistema do que os elementos que o compõem. Os
elementos, por serem relativos, só tem valor de acordo com a posição que
encontram na estrutura a que pertencem. Ou seja, um fato isolado ou mito
isolado não possuem significado em si.
Enquanto outros teóricos interpretam os mitos pela sua
funcionalidade e se baseiam nos elementos particulares, na pura subjetividade
ou na história de um determinado povo, Lévi-Strauss busca os elementos
invariantes, que persistem sob diferenças superficiais.
Para tanto, interessam-lhe os sistemas de relações de
parentesco, filiação, comunicação linguística, troca econômica etc., comuns a
todas as sociedades. Por exemplo, uma regra universal é a proibição do incesto.
Esse interdito tem o lado positivo de garantir a exogamia, ou seja, a união com
pessoas de outro grupo.
Segundo Lévi-Strauss, mito não é, como se costuma dizer, o
lugar da fantasia e do arbitrário, mas pode ser compreendido a partir de uma
estrutura lógico-formal subjacente, pelo lugar que cada elemento ocupa em
determinada estrutura. Assim ele explica:
Não pretendemos
mostrar como os homens pensam nos mitos, mas como os mitos [através das
estruturas] se pensam nos homens, e à sua revelia.
O mito indígena tupi e o mito grego...a que se referem os dois mitos?
ResponderExcluirmanda a resposta para meu e-mail:
Bruno.mlk.top_@Hotmail.com
quero teorias sobre o mito nao funçoes
ResponderExcluirteorias sobre mitos
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