sexta-feira, 15 de junho de 2012

Teorias sobre o mito


As funções do mito:
Alguns teóricos explicam o mito pela função que desempenham no cotidiano da tribo, garantindo a tradição e a sobrevivência do grupo. Vejamos alguns exemplos:
      *   A origem da agricultura: segundo o mito indígena tupi, a mandioca, alimento básico da tribo, nasce do túmulo de uma criança chamada Mandi; no mito grego, Perséfone é levada por Hades para seu castelo tenebroso, mas, a pedido da mãe, Deméter, retorna em certos períodos: esse mito simboliza o trigo enterrado como semente e renascendo como planta.
      *  A fertilidade das mulheres: para os aruntas, os espíritos dos mortos esperam a hora de renascer e penetram no ventre das mulheres quando elas passam por certos locais.
      * O caráter mágico das danças e desenhos: quando os homens pré-históricos faziam pinturas nas paredes das cavernas, representando  a captura das renas, talvez não pretendessem enfeitá-las nem apenas mostrar suas habilidades pictóricas, mas agir magicamente, para garantir de antemão o sucesso das caçadas; essa suposição se deve ao fato de que geralmente os desenhos eram feitos nas partes mais escuras da caverna.
O caráter inconsciente do mito:
Outros intérpretes da linha psicológica, como Sigmund Freud, fundador da psicanalise, e seu discípulo dissidente Carl Jung, acentuam o caráter existencial e inconsciente do mito, como revelador sonho, da fantasia, dos desejos mais profundos do ser humano. Por exemplo, ao analisar o mito de Èdipo, Freud realça o amor e o ódio inconsciente que permeiam a relação familiar. E Jung se refere ao inconsciente coletivo, que seria encontrável nos grupos e nas pessoas em qualquer época ou lugar.
O mito como estrutura:
Outra linha de interpretação do mito é a do antropólogo Lévi-Satrauss, representante de corrente estruturalista. Como o nome diz, trata-se de procurar a estrutura básica que explica os mais diversos mitos, procedimento que valoriza mais o sistema do que os elementos que o compõem. Os elementos, por serem relativos, só tem valor de acordo com a posição que encontram na estrutura a que pertencem. Ou seja, um fato isolado ou mito isolado não possuem significado em si.
Enquanto outros teóricos interpretam os mitos pela sua funcionalidade e se baseiam nos elementos particulares, na pura subjetividade ou na história de um determinado povo, Lévi-Strauss busca os elementos invariantes, que persistem sob diferenças superficiais.
Para tanto, interessam-lhe os sistemas de relações de parentesco, filiação, comunicação linguística, troca econômica etc., comuns a todas as sociedades. Por exemplo, uma regra universal é a proibição do incesto. Esse interdito tem o lado positivo de garantir a exogamia, ou seja, a união com pessoas de outro grupo.
Segundo Lévi-Strauss, mito não é, como se costuma dizer, o lugar da fantasia e do arbitrário, mas pode ser compreendido a partir de uma estrutura lógico-formal subjacente, pelo lugar que cada elemento ocupa em determinada estrutura. Assim ele explica:
Não pretendemos mostrar como os homens pensam nos mitos, mas como os mitos [através das estruturas] se pensam nos homens, e à sua revelia.

3 comentários:

  1. O mito indígena tupi e o mito grego...a que se referem os dois mitos?

    manda a resposta para meu e-mail:

    Bruno.mlk.top_@Hotmail.com

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  2. quero teorias sobre o mito nao funçoes

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